Quando você e seus amigos estão rindo juntos de uma
boa piada, não são apenas as suas risadas que estão sincronizadas: suas
atividades cerebrais também.
Um estudo da Universidade Aalto e do Centro Turku
PET na Finlândia descobriu que quando as pessoas compartilham qualquer forte
estado emocional, seus corpos e cérebros processam de maneira similar; eles
sincronizam.
Ao analisar os cérebros de participantes através de
ressonância magnética enquanto eles assistiam vídeos agradáveis, desagradáveis
e neutros, os pesquisadores notaram que sentir emoções fortes desagradáveis
sincroniza as redes cerebrais de processamento de emoção nas regiões frontal e
linha média do cérebro das pessoas. Já os eventos altamente excitantes
sincronizam a atividade cerebral das pessoas nas redes de apoio, atenção, visão
e tato.
Rindo,
chorando, bocejando junto
Não é novidade que as pessoas compartilham emoções
e que elas são contagiantes. Quem nunca riu só de observar outra pessoa rindo?
Ou bocejou só de perceber alguém abrindo a boca (ou porque leu a palavra
“bocejar”)?
Em muitos casos, os cientistas não sabem explicar
porque esses atos são contagiosos, como o bocejo.
Bocejar pode não ser de todo emocional, mas é o
mais contagioso de todos: além de ser impossível impedir um adulto de bocejar
ao ver outro bocejando, nossa tendência a bocejar
por ver os outros é maior se estivermos em um círculo de amigos íntimos (e não
desconhecidos). Até os animais passam
por isso.
O riso e
o choro são as emoções mais amplamente compartilhadas. Ver expressões
emocionais nos outros, como sorrisos, muitas vezes desencadeia uma resposta
emocional correspondente no observador.
Segundo o professor Lauri Nummenmaa, da
Universidade Aalto, compartilhar estados emocionais dos outros nos dá um quadro
somatossensorial e neural que facilita a compreensão das intenções e ações dos
outros.
Isso quer dizer que, quando as pessoas
“sincronizam” a atividade cerebral diante de uma situação emocional, isso
permite que elas entendam melhor as emoções dos outros, tenham empatia uma pela
outra. Essa sincronização automática promove a interação social e processos de
grupo.
“Esses resultados podem aprofundar nossa
compreensão dos transtornos mentais que envolvem processamento sócio-emocional
anormal”, diz Nummenmaa.
Mas esses efeitos “sincronizados” podem ter um lado
ruim. Um estudo anterior da Universidade do Sudeste da Califórnia (EUA) já
havia alertado que movimentos síncronos podem levar a uma espécie de harmonia
mental inconsciente.
Sejam casais deslizando por um salão ou soldados
marchando em conjunto em um desfile, há algo no movimento em sincronia que nos
faz sentir conectados com os outros (como sugeriu o novo estudo), e que
pode nos levar a querer pensar da maneira que eles pensam. Apesar de
“conexão mental” não ser, necessariamente, algo ruim, pode acabar substituindo
nossas inclinações naturais e julgamento inicial, e nos deixar mais propensos a
seguir ordens.[MedicalXpress]
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