Um novo estudo da Universidade da Carolina do Norte
(EUA) concluiu que certos empregos do pai podem ter um efeito sobre defeitos
congênitos em seus filhos.
Os pesquisadores entrevistaram cerca de 1.000 pais
que tiveram uma criança com um ou mais defeitos e 4.000 pais que tiveram uma
criança sem defeitos entre 1997 e 2002. As informações obtidas diziam quais
anormalidades tinha a criança, incluindo se o bebê nasceu morto, se for
abortado por razões médicas e se nasceu com defeitos, além do trabalho do pai
três meses antes da concepção e após o primeiro mês de gravidez, que é considerado
o período onde o esperma tem maior probabilidade de transmitir defeitos.
A maioria dos pais tinha apenas um emprego durante
esse período de tempo, com a maioria sendo na área de gestão/administração,
vendas e construção.
Um terço dos trabalhos não parecia estar associado
ao aumento de defeitos congênitos. Entre os empregos que não pareciam causar
defeitos, estão:
- Arquitetos;
- Designers;
- Profissionais de saúde;
- Bombeiros;
- Trabalhadores de fundição e vidreiros.
Já alguns outros empregos pareciam ter um
relacionamento mais forte com algum defeito de nascença. Os empregos com maior
probabilidade de mais tarde dar a pessoa um filho com defeito eram:
- Matemáticos;
- Físicos;
- Cientistas da computação;
- Paisagistas;
- Responsáveis por campo (como as pessoas que cuidam de um gramado de campo de futebol);
- Cabeleireiros;
- Maquiadores;
- Fotógrafos;
- Artistas;
- Operadores de guindastes e escavadoras.
Mais especificamente, artistas eram mais propensos
a ter filhos com defeitos no coração, boca, olhos, orelhas, intestino e membros.
Fotógrafos e processadores de fotos tinham mais crianças com catarata, glaucoma
e outros defeitos no olho. Motoristas tinham mais filhos com ausência ou
insuficiência de tecido ocular ou glaucoma, enquanto paisagistas e responsáveis
por campos tinham filhos com maior prevalência de alterações intestinais.
Preciso
trocar de emprego?
Apesar de haver uma relação entre certos empregos e
defeitos congênitos, os pesquisadores garantem que ela não é tão preocupante,
pois eles ainda são muito raros. Por exemplo, o glaucoma congênito afeta apenas
uma em cada 10.000 crianças. Ou seja: os homens não devem mudar de emprego, mas
sim tomar mais precauções no local de trabalho para evitar os riscos.
E a mãe?
Um outro estudo também descobriu uma relação,
embora não conclusiva, entre a exposição materna a solventes orgânicos e
defeitos cardíacos congênitos nos seus filhos.
5.000 mulheres expostas a solventes em seu local de
trabalho no início da gravidez durante 1997 e 2002 participaram do estudo. 4%
das mulheres cujos bebês não tinham defeitos e 5% das mulheres cujos bebês
tinham defeitos foram expostas a solventes orgânicos no início da gravidez.
Embora a exposição a solventes possa aumentar o
risco de ter um filho com defeito cardíaco em 60 a 70%, a pesquisadora Suzanne
Gilboa diz que o risco absoluto é muito baixo: em média um a cada 1.000
nascimentos. “Não estamos prontos para dizer que solventes causam defeitos
cardíacos, mas parece haver uma ligação”, disse.
Já uma pesquisa, por outro lado, descobriu que
mulheres correm um menor risco de ter bebês com defeitos congênitos se seguirem
uma dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais durante seus anos férteis.
Mulheres que seguiam
dietas saudáveis de estilo mediterrânico no ano antes da gravidez eram até duas
vezes menos propensas do que as que comiam dietas ricas em carne, gordura e
açúcar a ter um bebê com anencefalia, um defeito do tubo neural que bloqueia o
desenvolvimento do cérebro e tende a resultar em aborto espontâneo.[CBSNews, DailyMail]
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