A falta de companhia humana pode fazer mal a
uma pessoa, e isso vai além de um simples problema psicológico: pesquisadores
da Universidade de Chicago (EUA) afirmam que existe uma relação direta e
biológica entre a solidão e a queda da qualidade nos indicadores de saúde.
A lista de problemas que a solidão pode
ocasionar, conforme explicam os cientistas americanos, é extensa, incluindo
endurecimento das artérias (o que leva à pressão alta), inflamações pelo corpo
e até problemas cognitivos, de memória e aprendizagem.
O estudo, feito em parceria com cientistas da
UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), mostrou que até o sistema
imunológico muda com o tempo em pessoas que passam por grandes períodos de
solidão.
Alguns genes entram em super atividade em
pessoas socialmente isoladas, e a maioria deles está ligada a respostas
antivirais e à produção de anticorpos. Isso leva a uma disfunção destas tarefas
do organismo, e o corpo perde boa parte de suas defesas naturais.
Isso acontece, segundo os cientistas, porque
o corpo humano tem uma capacidade imunológica limitada: ele precisa escolher
entre lutar contra ameaças virais ou proteger o corpo contra a invasão de
bactérias. Como o solitário tende a ver o mundo como um lugar ameaçador, o
corpo foca as atenções contra as invasões externas de bactérias, abrindo
caminho para ação dos vírus.
Nesse momento, o problema fica ainda mais
intenso. O organismo desprotegido aumenta o risco de desenvolver tumores
cancerígenos, infecções e doenças no coração. Em um estágio ainda mais elevado,
os hormônios são afetados, e nasce o risco de complicações como um ataque
cardíaco fulminante ou um derrame. A solidão joga um papel em todas essas
ameaças.
O agravante, no caso da solidão, é um
problema cíclico. Quanto maior a solidão de uma pessoa, mais cresce sua
tendência a ter uma saúde ruim, e os efeitos dessa saúde tornam o paciente
ainda mais isolado.
O motivo deste ciclo é uma consequência
natural: a solidão não apenas faz o solitário infeliz, mas também mais
inseguro, e o corpo sabe interpretar estes sinais.[LiveScience, Foto]
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