terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alcoolismo é genético


Cientistas da Universidade da Carolina do Norte (EUA) anunciaram uma descoberta que pode revolucionar os bares pelo mundo: existe um gene que protege as pessoas do alcoolismo, fazendo-as beber menos. O estudo partiu de um princípio científico que já era conhecido: pessoas que ficam ébrias rapidamente, quando começam a beber com regularidade (os chamados “miojos”) têm menos chance de contrair alcoolismo no futuro. Agora, acharam o segredo dessa proteção ao alcoolismo, um gene que foi “batizado” de CYP2E1.

O procedimento deste gene é o seguinte: ele sintetiza (produz) uma proteína que quebra o etanol – responsável pela embriaguez – com mais eficiência, diminuindo o efeito nocivo da bebida. Tal enzima ainda atua de forma semelhante sobre outras toxinas. Os pesquisadores de Carolina do Norte explicam que o gene em questão tem um grande efeito em como as pessoas “recepcionam” o álcool no organismo.

Em uma única frase: pessoas mais sensíveis ao álcool são menos propensas a se tornar alcoólatras. Pelo seguinte motivo: o gene dos sensíveis ao álcool produz a referida enzima – que quebra o etanol – em maior quantidade, gerando mais radicais livres. Esses radicais reagem rapidamente, no fígado, gerando energia (como se o corpo fosse um carro movido a biocombustível), desencorajando que se beba mais.

O estudo sobre o assunto envolveu adolescentes em idade escolar, a maioria dos quais teve pai ou mãe alcoólatras. Sendo bebedores relativamente novos, eles receberam cerca de três drinques e avaliaram como o álcool os fez sentir. A oscilação em sua postura e respiração também foi medida no experimento. Cada participante teve seu DNA mapeado, para se concluir em quais genes houve atividade, e de que tipo.

Analisando os resultados, associaram a presença de pelo menos uma cópia do gene CYP2E1 com a recepção dos estudantes ao álcool. Aqueles que continham o gene, em geral, se embriagaram mais rapidamente, e portanto têm menor tendência ao alcoolismo. Ainda se estuda se o gene também é relacionado a outros vícios, como o da nicotina. [Live Science]

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