quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Geriatria. Artrose. O passar dos anos é irremediável. Porém, existem maneiras de retardar um pouco a aparição dos incômodos sinais do tempo.


"Os anos não chegam sós. E a artrose, uma doença reumática, é uma dessas companheiras que tornam-se inseparáveis a medida que aumentam o número de velinhas a serem apagadas. Entretanto, a prevenção pode contribuir retardando sua aparição."

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O que é artrose?

"A artrose é um processo degenerativo de desgaste da cartilagem, que afeta sobre tudo as articulações que suportam peso ou as que fazem movimentos em excesso, como por exemplo as cadeiras, os joelhos ou os pés", destaca a Dra. Diana Dubinsky, médica reumatologista do Centro Antirreumático do Hospital de Clínicas, de Buenos Aires.

Esta doença vincula-se ao envelhecimento das articulações, ligado ao passar do tempo. Inicia-se, em geral, a partir dos 40 ou 45 anos. Porém, também pode aparecer de forma precoce como conseqüência de traumatismos ou problemas congênitos que afetem a articulação. Por exemplo, a displasia da cadeira é uma malformação congênita da articulação, este é um fato que predispõe a uma artrose precoce.

Em geral, o envelhecimento e a sobrecarga da articulação fazem com que a cartilagem se desgaste e perca agilidade e elasticidade. Os sintomas da artrose são a dor e a limitação da função articular. A limitação do movimento deve-se ao fator mecânico: as superfícies articulares, em vez de estarem acolchoadas pela cartilagem, tornam-se rugosas e atritam-se.

Artrose é o mesmo que artrite?

"A artrite é uma doença inflamatória que pode afetar várias articulações ao mesmo tempo, por isso denomina-se poliartrite. Não está vinculada com a idade, pois pode aparecer na juventude", explica a especialista.

Existem distintos tipos de artrite, uma delas é a artrite reumatóide. Esta enfermidade compromete o estado geral da pessoa, produzindo abatimento, cansaço e perda de peso. Ademais produz inflamação, tumefação e avermelhamento da articulação. A dor é contínua em repouso e a pessoa levanta-se com muita dor e rigidez.

A artrose, ao contrário, apresenta uma dor mecânica que sente-se depois de utilizar a articulação. Geralmente é uma dor vespertina e alivia-se com o repouso. A pessoa pode levantar-se dolorida e sentir um pouco de rigidez, o que dificulta-lhe o início do movimento. Porém, em alguns minutos a rigidez desaparece e a pessoa pode movimentar-se normalmente.

A artrose diferencia-se da artrite reumatóide pelo comprometimento do estado geral. E também existem pessoas assíntomas, mas o médico pode detectar a artrose em uma radiografia. Isto mostra, entre outras coisas, que o espaço ocupado pela cartilagem é menor que o habitual porque esta está deteriorada. Dado que a cartilagem cumpre a função de amortecer a pressão e o atrito entre os ossos, ao deteriorar-se, os ossos se tocam e se desgastam.

"A medida que o osso se destrói, produz-se um processo reparador que consiste em formar um novo osso, porém com características diferentes do osso normal. É o que se conhece comumente nas vértebras como bico de papagaio, e que tecnicamente denominam-se osteofitos", explica Dubinsky.

Como prevenir a artrose?

Além da idade, existem fatores que favorecem o aparecimento da artrose. Um dos mais importantes é o sobrepeso, porque produz uma sobrecarga nas articulações. Neste sentido é importante que a alimentação consista em uma dieta balanceada e sem excesso de gorduras, para evitar o sobrepeso. A obesidade sempre é acompanhada pela artrose.

Outro fator importante, assinala a Dra. Dubinsky, é a atividade física, como por exemplo caminhar, andar de bicicleta ou nadar. A respeito das caminhadas que realizamos quando fazemos compras e olhamos vitrines, estas não surtem nenhum efeito benéfico. Uma caminhada efetiva tem de ser contínua e com passo firme, com duração de 20 ou 30 minutos.

O exercício para ser benéfico, tem que ser sistemático e fazer com que a articulação mova-se em toda a sua amplitude. O exercício é um método de prevenção e de tratamento. Neste sentido a dor é um bom indicador de limite, se há dor é sinal de que se está fazendo exercício em excesso ou que se está fazendo da forma errada.

Com respeito a administração de medicamentos, os especialistas preferem utilizar a menor quantidade possível de drogas, e ver quanto os pacientes podem melhorar com tratamentos locais, orientados a desinflamar e acalmar a dor. Por exemplo, a aplicação de ondas curtas através de tratamentos de Quinesiologia.

O problema é que os antiinflamatórios possuem efeitos secundários, em especial os problemas gástricos que estes podem causar. Por esta razão, se o paciente tem dor mas não tem inflamação, o médico receita-lhe somente um analgésico que não irá afetar tanto a mucosa gástrica.

De qualquer forma, já existe uma nova geração de antiinflamatórios que inibem a inflamação de forma específica, sem afetar o estômago. Mas também existem outros tipos de drogas que apontam para melhorar a cartilagem. "Estas drogas aplicam-se em artroses não muito avançadas, naquelas em que a cartilagem ainda não se encontra muito deteriorada", esclarece a especialista.

Estes medicamentos aparentemente nutrem a cartilagem, ainda que seja difícil quantificar a melhora. A especialista destaca que um paciente com artrose não deve ser resistente ao uso de uma bengala, porque ela evita que a articulação carregue peso, desinflame-se e possa funcionar um pouco melhor. Também ajuda o uso de um "andador" ou colete.

O passar dos anos é irremediável. Porém, existem maneiras de retardar um pouco a aparição dos incômodos sinais do tempo.

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