sábado, 30 de outubro de 2010

Fumar muito aumenta o risco de Mal de Alzheimer


Inclua mais uma doença na lista das causadas pelo cigarro: além de aumentar o risco de câncer de pulmão, doenças cardíacas, derrame, enfisema e infertilidade, fumar também pode aumentar o risco de desenvolver mal de Alzheimer.

Os pesquisadores acompanharam um grupo grande de participantes durante um longo período de tempo: o que era necessário para encontrar um link para uma doença relacionada à idade como o Alzheimer.

21.123 residentes da Califórnia, com idade entre 50 e 60 anos, participaram de um inquérito de saúde de 1978 a 1985, o qual indicou se eles nunca tinham fumado, se eram ex-fumantes, ou se ainda fumavam. 23 anos depois, eles foram seguidos entre 1994 e 2008.

As conclusões do estudo são de que o tabagismo pesado (pelo menos dois maços por dia) na meia-idade aumenta o risco de desenvolver mal de Alzheimer em 157%, e demência vascular em 172%. Demência vascular é a demência causada pela redução ou perda de suprimento sanguíneo para o cérebro.

Em números, 5.367 pessoas, ou 25,4%, tinham sido diagnosticadas com demência. Destas, 1.136 foram diagnosticados com mal de Alzheimer e 416 foram diagnosticadas com demência vascular.

Os pesquisadores descobriram que pessoas que fumavam mais de dois maços de cigarros por dia tinham um risco maior de desenvolver qualquer tipo de demência do que os não fumantes. Os ex-fumantes e as pessoas que fumavam menos da metade de um maço por dia não pareciam ter um risco aumentado de demência do que os não fumantes.

Os pesquisadores não sabem ao certo como o fumo afeta a função cerebral. Mas eles sabem que o tabaco causa inflamação e estresse oxidativo, danos celulares a partir de radicais livres tóxicos no organismo, condições que estão associadas com o aparecimento da doença de Alzheimer.

Segundo os cientistas, se um idoso que fuma for sortudo o suficiente para não ter doenças cardiovasculares, doenças respiratórias ou câncer, ele ainda está em um risco maior de ter demência.

Estudos anteriores também descobriram uma ligação entre tabagismo e demência. No entanto, nem todos relataram a mesma relação.

Por exemplo, um estudo de 2003 descobriu que quanto mais cigarros um homem fuma, maior seu risco de desenvolver mal de Alzheimer. Porém, um estudo de 10 anos afirmou que fumantes e ex-fumantes tinham um terço menos probabilidade de ter deficiência cognitiva do que as pessoas que nunca fumaram. A conclusão sugere que o tabagismo é um fator de proteção na função cognitiva.

Esse efeito aparentemente protetor pode provir da ação da nicotina como estimulante, o que leva os fumantes a um melhor desempenho em testes cognitivos. Entretanto, esse efeito não foi encontrado neste estudo, principalmente entre os fumantes de longo prazo com mal de Alzheimer e demência. [LiveScience]

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