sábado, 2 de outubro de 2010

Os cérebros de homens e mulheres reagem de forma diferente ao estresse


Os psicólogos já têm anotado por muito tempo que o estresse afeta homens e mulheres de forma diferente. As mulheres tendem a buscar apoio social, enquanto os homens são mais propensos a se retirar.

Agora, um novo estudo afirmou que existe mesmo uma diferença quanto ao estresse em homens e mulheres. Os pesquisadores estavam estudando como o estresse afeta os processos cognitivos nas pessoas e descobriram diferenças de tensão entre os sexos. Segundo eles, essas diferenças não aparecem a menos que as pessoas estejam estressadas.

A pesquisa pode representar uma base neurológica para a descoberta de que as mulheres tendem a ser mais enfáticas do que os homens. Os pesquisadores não sabem exatamente porque essas diferenças ocorrem, mas um dos motivos pode ser a interação dos hormônios sexuais com os hormônios do estresse.

Para saber se as diferenças no cérebro dos sexos influenciam seu comportamento, os pesquisadores se focaram na amígdala, uma estrutura do tamanho de uma amêndoa enterrada nas profundezas do cérebro, que ajuda a processar estímulos de medo, como a cara de raiva.

Os pesquisadores também analisaram a ínsula, outra estrutura cerebral profunda, que ajuda na empatia, e o pólo temporal, uma área do cérebro escondida atrás das orelhas envolvida com a compreensão do estado de espírito de outra pessoa.

Eles mediram os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, a partir de amostras de saliva coletadas dos 47 voluntários. Em seguida, metade dos homens e metade das mulheres foram convidados a mergulhar as mãos em água gelada por cerca de três minutos, enquanto outros mergulharam as mãos em água morna.

Ambos os grupos, em seguida, tiveram seus cérebros escaneados usando ressonância magnética funcional, que mede o fluxo sanguíneo em áreas diferentes do cérebro. Os participantes concluíram algumas tarefas não relacionadas com o estudo antes de dar outra amostra de saliva. Depois disso, os pesquisadores continuaram a examinar o cérebro dos participantes enquanto os faziam assistir imagens de 160 rostos, 80 irritados e 80 neutros.

Os homens e mulheres que colocaram a mão em água gelada ficaram igualmente estressados pela experiência, a julgar pelos seus níveis de cortisol. Mas o estresse afetou seus cérebros de forma muito diferente.

Quando os homens estressados olharam faces neutras ou com raiva, seus cérebros mostraram uma diminuição na atividade na área fusiforme facial, que contribui com o reconhecimento facial. O sinal medido em seu FFA foi de cerca de 0,75%, em comparação com quase 1,5% dos homens da água quente. As mulheres estressadas, pelo contrário, pareciam mais afinadas com o reconhecimento de expressões faciais. Seu sinal FFA mediu quase 1,5%, em comparação com 0,75% das mulheres relaxadas.

Os pesquisadores também observaram uma correlação hormonal: quanto maior o nível de testosterona, menor será a atividade de FFA quando se está estressado. Eles não encontraram flutuações comparáveis com base nos níveis de estrogênio. A descoberta apóia a teoria de que os hormônios podem estar na raiz das diferenças de resposta ao estresse.

As interações entre as áreas de processamento de emoção também diferem por gênero. Os pesquisadores analisaram uma medida chamada conectividade funcional, e descobriram que os homens apresentaram menos conectividade funcional entre essas áreas quando estão estressados do que as mulheres.

Parece que quando as mulheres estão estressadas, as áreas sociais e emocionais do seu cérebro entram em alerta, talvez refletindo uma tendência a aproximação, a procura de apoio social. As mesmas áreas no cérebro dos homens parecem se separar, se soltar.

Os pesquisadores não sabem se estas diferenças são inatas do cérebro ou um produto da socialização, então eles ainda não podem dizer se a atividade diminuída no cérebro dos homens quer dizer que eles realmente tornam-se menos engajados e empáticos quando estão estressados, ou se compensam de alguma outra forma. No entanto, outros estudos não encontraram diferenças de gênero na forma como homens e mulheres agem quando estão estressados. [LiveScience]

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