Poucos ousariam discordar de como seria bom se você pudesse se aposentar (com condições financeiras favoráveis, obviamente) cinco, dez anos antes do previsto. Nada mais justo depois de uma vida inteira de trabalho. Mas pesquisadores da Universidade Stanford em Palo Alto (Califórnia, EUA) afirmam que isso pode implicar em um prejuízo para o cérebro: deterioração antecipada da memória.
Assim como muitas outras funções corporais onde essa tendência já se verificou – tais como a musculatura, a fala e até mesmo o sexo -, aplica-se a regra do “use-o ou perca-o”. Parar de exercitar a memória faz com que a pessoa vá a perdendo lenta e gradualmente.
A pesquisa dos estudiosos de Stanford, publicada em uma revista especializada, comparou a capacidade cognitiva de pessoas da mesma faixa etária – no caso, mais de 22.000 americanos, todos com mais de 50 anos de idade -, sendo que algumas eram aposentadas e outras não. Os resultados mostraram duas vertentes: a primeira é que os aposentados, em geral, tiveram desempenho pior do que os ainda profissionalmente ativos, em testes de raciocínio e memória. Na segunda fase dos estudos, houve uma pesquisa de cunho internacional, com a participação de França, Inglaterra, Dinamarca, Itália e Espanha, e os resultados foram igualmente alarmantes.
Por outro lado, não pôde ser comprovada a eficácia de atividades cognitivas – tais como fazer palavras-cruzadas ou jogar sudoku – para aumentar as capacidades cognitivas dos já aposentados. Nesse caso, você aumenta as habilidades para aquelas atividades específicas, mas não tem um benefício generalizado para o cérebro. Trocando em miúdos, o que os cientistas estão afirmando é que para se manter lúcido, o melhor remédio é mesmo continuar trabalhando. [The New York Times]
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