O câncer é uma das principais causas de morte no mundo, responsável por uma em cada oito mortes em 2004, segundo a Organização Mundial de Saúde. Agora, alguns pesquisadores dizem que essa doença tão comum pode ser um fenômeno causado pelo homem.
Durante pesquisas em centenas de múmias egípcias, os cientistas encontraram apenas um caso da doença. Os pesquisadores analisaram os tecidos das múmias em um nível microscópico, e identificaram câncer de reto em uma delas, que tinha vivido durante o período ptolomaico 1.600 a 1.800 anos atrás.
Segundo os pesquisadores, a raridade do câncer nas múmias sugere que ele era escasso na antiguidade, e que os fatores causadores do câncer são limitados a sociedades afetadas pela industrialização moderna.
Eles dizem que em uma sociedade antiga sem intervenção cirúrgica, a evidência de câncer estaria lá se houvesse algum caso da doença, então há fortes provas de que o câncer era mesmo raro.
Eles argumentam que o câncer hoje em dia é em grande parte causado por fatores ambientais, que são por sua vez causados pelo homem, como a poluição e as mudanças em nossa alimentação. Os cientistas afirmam que, como nas sociedades industrializadas o câncer só perde para as doenças cardiovasculares como causa de morte, e nos tempos antigos era extremamente raro, não há nada no ambiente natural que possa causar câncer.
Os cientistas também analisaram a literatura antiga do Egito e da Grécia para tentar encontrar evidências de câncer, bem como analisaram fósseis de seres humanos e animais desde a era dos dinossauros. Os pesquisadores descobriram que o câncer nos primeiros seres humanos era escasso, com uma dúzia de exemplos incertos.
Na literatura antiga, eles não encontraram descrições de operações de mama e outros cânceres até o século 17. Os primeiros relatos na literatura científica de tumores distintos ocorreram somente nos últimos 200 anos.
No entanto, outros especialistas em câncer e em fósseis humanos têm sérias dúvidas sobre essa noção de que a doença é causada pelo homem. Uma possível razão para os cânceres terem sido relativamente raros na antiguidade é o curto período de vida das pessoas naquela época, que impedia o desenvolvimento da doença. Na sociedade moderna, raramente alguém tem câncer antes dos 30 anos. Bem como no passado era difícil que alguém vivesse mais do que isso.
Ainda assim, os pesquisadores notaram que algumas pessoas no antigo Egito e na Grécia viveram o suficiente para desenvolver doenças como aterosclerose, doença de Paget e osteoporose.
Outro argumento desses especialistas é que o registro fóssil e o que restou do esqueleto podem não preservar muito bem o câncer. Segundo cientistas, para encontrar câncer no registro do esqueleto, você tem que ter um tumor que está afetando o osso. Embora possa haver alguns diagnósticos confirmados de tumores nos ossos, é dificil diagnosticar o câncer a partir do osso.
Esses cientistas concordam que a vida moderna certamente pode levar a taxas muito mais altas de câncer do que no passado, mas não necessariamente devido à poluição.
Por exemplo, quando se trata de câncer de mama, é fato que a idade em que a mulher tem seu primeiro filho faz muita diferença em se ter câncer de mama, e naquela época as pessoas tinham filhos mais cedo, o que as colocava em um categoria de risco menor. [LiveScience]
Sem comentários:
Enviar um comentário