As nossas faculdades mentais, em um cérebro saudável, dependem de um delicado equilíbrio: a boa ligação entre os neurônios entre os axônios, que transmitem os impulsos elétricos. Em acidentes físicos de grande impacto, por uma variedade de razões, podem prejudicar essa comunicação entre as células nervosas, criando uma demência quase sempre irreversível. Mas pesquisadores da Universidade Case Western Reserve, em Cleveland (Ohio, EUA), estão trabalhando para torná-la reversível. Como? A partir de um chip que estimula a religação entre os axônios.
Este trabalho nasceu de uma necessidade: fazer algo pelos soldados americanos nas tropas instaladas no Iraque e no Afeganistão. Quando se há uma lesão cerebral violenta, um traumatismo, como acontece em guerras, a tendência é que a pessoa em questão perca seus movimentos. E foi na busca por retomar tais movimentos que nasceu a ideia do chip.
Apesar de os desenvolvedores terem pensado em retomar movimentos de soldados, em primeiro lugar, um chip restaurador pode servir para uma série de funções. Sintomas de grande consequência, como a perda de equilíbrio, coordenação e raciocínio, por exemplo.
O novo chip é um dispositivo microeletrônico, que estimula os axônios a se reconectarem. Isso acontece através de pequenos impulsos elétricos que simulam atividade neural. Deve ser aplicado em um paciente pouco tempo depois do referido traumatismo (os cientistas falam em um mês, no máximo), para amplificar a potência do cérebro danificado. Este aparelho, menor do que uma moeda de 25 centavos, é chamado de “Interface cérebro-máquina-cérebro”.
O dispositivo, na teoria, é concebido para ficar instalado fora do corpo, possivelmente colocado sobre a nuca. Em ratos, já foi testado com sucesso: os camundongos que tiveram atividades cerebrais danificadas foram recuperados com o aparelho. O próximo passo, segundo os cientistas, é testar em primatas não-humanos. Se tudo correr bem, eles avaliam que a máquina estará pronta para uso humano dentro de 10 anos. [Daily Tech]
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