Uma pesquisa descobriu que uma área do cérebro,
associada com a compreensão da mente de outros, é maior em pessoas que têm
maiores redes sociais.
Essa não é a primeira vez que estudos ligam
regiões específicas do cérebro a uma vida social ativa.
Em pesquisa publicada no ano passado,
cientistas descobriram que algumas regiões do cérebro que processam sinais
sociais, expressões faciais, nomes e rostos são maiores em pessoas com mais
amigos no Facebook. A pesquisa mostrou também que os macacos que vivem em
grandes grupos têm cérebros maiores.
A “hipótese do cérebro social” sustenta que a
razão pela qual os primatas, incluindo humanos, têm cérebros relativamente
grandes é que eles precisam desse espaço de processamento para lidar com suas
complexas redes sociais.
Entre os seres humanos, as pessoas variam de
solitárias a agitadas. Para descobrir se há uma base cerebral para essas
diferenças, o antropólogo Robin Dunbar analisou imagens anatômicas dos cérebros
de 40 voluntários usando ressonância magnética.
Os participantes também completaram alguns
testes para determinar quão bons eles eram em “mentalização” – a compreensão do
estado mental de outra pessoa. Este processo é semelhante à empatia, mas vai
além da compreensão de emoções para entender as metas, necessidades e
raciocínio de outra pessoa.
Por fim, cada pessoa no estudo relatou o
número de pessoas com quem tiveram contato social durante os últimos sete dias.
Esta medida exclui interação profissional e foca em outras verdadeiramente
sociais.
Os pesquisadores analisaram todo tipo de
contato, mas buscaram observar principalmente interações genuínas, pessoas que
se reúnem em uma base séria, e não apenas interações de “Twitter”, por exemplo.
Os pesquisadores descobriram uma ligação
entre tamanho da rede social, anatomia do cérebro e capacidade de mentalizar.
Pessoas com maiores redes sociais parecem ter
um córtex orbital pré-frontal maior. Esta área do cérebro fica bem atrás dos
olhos e é responsável por gerenciar comportamento social adequado e interações
com os outros. “A parte orbital [do córtex pré-frontal] é especialmente
associada a coisas como emoção e recompensa”, disse Dunbar.
A relação entre tamanho do córtex pré-frontal
orbital e tamanho da rede social foi explicada pela capacidade de uma pessoa de
imaginar os pensamentos e emoções de outras pessoas. “O tamanho dessa região
determina o quão bom você é na mentalização que, por sua vez, determina o
número de amigos que você tem”, completou.
Um córtex pré-frontal orbital grande leva a
mais amigos, ou a região se amplia em resposta a ter mais amigos? Os cientistas
não sabem.
Mas eles acreditam que a região é fundamental
para a compreensão de situações sociais. Segundo Dunbar, pessoas com danos a
estas regiões são notoriamente ruins em interagir com os outros.
No entanto, o tamanho final de qualquer região
do cérebro depende, em parte, de como essa área é utilizada durante a infância.
Por exemplo, crianças com muitos irmãos mais
velhos desenvolvem suas capacidades de mentalização mais cedo do que crianças
sem muitos irmãos e irmãs.
O pesquisador explica que esse tipo de coisa
é uma união de duas: não adianta ter o cérebro ou corpo bom para alguma função,
mas não treiná-la ou praticá-la.
Ou seja, se alguém não tem o espaço cerebral
básico para julgar os estados mentais dos outros, provavelmente vai achar
difícil manter laços sociais. Já Se você tem essa região desenvolvida, usá-la
pode reforçá-la, especialmente durante a juventude, quando o cérebro é
especialmente aberto para crescimento e mudança.[LiveScience]
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