As descobertas científicas, em menor ou maior
grau, são possíveis graças a uma intrigante condição humana que os
pesquisadores têm de sobra: a curiosidade. Muito já foi pesquisado sobre os
objetos de estudo da ciência, mas pouco sobre o estímulo que move os
experimentos. Esta é a chamada “psicologia da ciência”: um campo que se dedica
a descobrir porque os cientistas querem sempre saber mais.
Um psicólogo americano, Greg Feist,
desenvolveu um estudo comportamental. Esta análise não se aplica, conforme
conta ele, apenas a cientistas. O conceito vale para todos aqueles que pensam no
mundo cientificamente, ou seja, como um conjunto de condições que podem ser
observadas e examinadas. Isso está embutido na personalidade humana, de acordo
com Feist.
O americano explica que os seres humanos são
compostos de duas condições básicas: seu próprio perfil psicológico e a
influência do meio em que vivem. No quesito da personalidade, ele defende que
realmente existem algumas mentes mais abertas que outras, mais dispostas a
receber ideias novas. Isso não se relaciona necessariamente a nível cultural ou
inteligência, é uma característica separada.
A respeito da influência, Feist explica que
alguns grupos sociais podem estimular sua busca por respostas de maneira mais
intensa que outros. Ele cita o exemplo da doutrina judaica: um dos princípios
básicos do judaísmo afirma que não existe uma verdade absoluta, ninguém a
detém. Dessa forma, todos devem buscar chegar o mais próximo dela através do
debate, e não aceitar conceitos prontos. Isso explica, segundo ele, que 30% dos
vencedores de Prêmio Nobel na história foram judeus.
Dessa maneira, é possível determinar
psicologicamente quão interessada em descobertas uma pessoa é. Isso é
importante principalmente na educação, conforme explica Feist, para identificar
crianças com potencial investigativo, dentro das escolas. Muitos futuros
cientistas brilhantes foram perdidos, segundo o psicólogo, devido à falta de
estímulo na primeira infância. [NewScientist]
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