terça-feira, 21 de agosto de 2012

Nos órgãos de comunicação social. Governo quer banir “publicidade enganosa dos curandeiros”


“Há quem diz nos jornais e nos painéis espalhados pela cidade de Maputo que consegue fazer com que alguém tenha emprego e seja contratado imediatamente. Outros dizem que conseguem fazer com que roube sem ser descoberto. Esses aspectos que poluem a sociedade devem ser afastados” – secretário executivo adjunto do Conselho Nacional do Combate ao HIV/SIDA, Diogo Milagre

Maputo (Canalmoz) – O Governo diz que tenciona acabar, o mais breve possível, com a “publicidade enganosa” difundida nos meios de comunicação social moçambicanos. A referida publicidade tem vindo a ser publicada em certos órgãos de comunicação social por indivíduos que se dizem “médicos tradicionais”.
Segundo apurou o Canalmoz, a intenção do executivo é eliminar nos órgãos de comunicação social “todos os aspectos que poluem e enganam a sociedade”.
Não está ainda claro se a publicidade que o governo considera enganosa é apenas da responsabilidade dos alegados “médicos tradicionais”, vulgo curandeiros.
O Governo, através das suas diferentes instituições – uma delas o Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA (CNCS) – está a trabalhar com o Gabinete de Informação (GABINFO) no sentido de suprimir a publicidade dos “médicos tradicionais”. Não se sabe por ora se o governo irá também considerar publicidade enganosa a propaganda de certas ceitas religiosas que uso sobretudo os estações de televisão.
“Há quem diz nos jornais e nos painéis espalhados pela cidade de Maputo que consegue fazer com que alguém tenha emprego e seja contratado imediatamente. Outros dizem que conseguem fazer com que roube sem ser descoberto. Esses aspectos que poluem a sociedade devem ser afastados”, disse o secretário executivo adjunto do Conselho Nacional do Combate ao HIV/SIDA. É apenas o que para já suscita a movimentação em curso para acabar com a publicidade enganosa.
“Estamos a trabalhar com as instituições que trabalham com a imprensa no sentido desta parte que não passa de engano não conste”, disse Diogo Milagre adiantando que “em matéria de sexualidade, alguns têm enganado as pessoas dizendo que aumentam a potência sexual”.

Uso de estimulantes sexuais

As autoridades dizem que a subida de número de infecções, sobretudo nos homens de idade avançada até 59 anos, pode estar ligado ao consumo de medicamentos estimulantes para a prática de sexo, alegadamente promovidos por médicos tradicionais. Para além disso, estimulantes convencionais têm sido importados e vendidos nas farmácias do país fora do controlo do Governo.

Não há mecanismo de controlo da medicina tradicional

A directora da Saúde da Cidade de Maputo, que reconheceu a existência de publicidade dando conta de terem medicamentos que curam o HIV/SIDA e outras doenças, ou que anunciado que podem ajudar a aumentar o tamanho do sexo, lamenta informando que “infelizmente o Governo não tem como controlar esta situação”.
“Realmente existem essas publicidades e o Governo não tem um mecanismo de controlo daquilo que é feito”, reconheceu a directora de saúde da Cidade de Maputo.
“O país em si, como política do Serviço Nacional de Saúde reconhece a medicina tradicional”, lamentou Páscoa Zualo Wate. (Bernardo Álvaro)

Imagem: bbc.co.uk

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