“Há quem diz nos jornais e nos painéis espalhados
pela cidade de Maputo que consegue fazer com que alguém tenha emprego e seja
contratado imediatamente. Outros dizem que conseguem fazer com que roube sem
ser descoberto. Esses aspectos que poluem a sociedade devem ser afastados” – secretário executivo adjunto do Conselho Nacional do Combate ao
HIV/SIDA, Diogo Milagre
Maputo (Canalmoz) – O Governo diz que tenciona
acabar, o mais breve possível, com a “publicidade enganosa” difundida nos meios
de comunicação social moçambicanos. A referida publicidade tem vindo a ser
publicada em certos órgãos de comunicação social por indivíduos que se dizem
“médicos tradicionais”.
Segundo apurou o Canalmoz, a intenção do executivo
é eliminar nos órgãos de comunicação social “todos os aspectos que poluem e
enganam a sociedade”.
Não está ainda claro se a publicidade que o governo
considera enganosa é apenas da responsabilidade dos alegados “médicos
tradicionais”, vulgo curandeiros.
O Governo, através das suas diferentes instituições
– uma delas o Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA (CNCS) – está a
trabalhar com o Gabinete de Informação (GABINFO) no sentido de suprimir a
publicidade dos “médicos tradicionais”. Não se sabe por ora se o governo irá
também considerar publicidade enganosa a propaganda de certas ceitas religiosas
que uso sobretudo os estações de televisão.
“Há quem diz nos jornais e nos painéis espalhados
pela cidade de Maputo que consegue fazer com que alguém tenha emprego e seja
contratado imediatamente. Outros dizem que conseguem fazer com que roube sem
ser descoberto. Esses aspectos que poluem a sociedade devem ser afastados”,
disse o secretário executivo adjunto do Conselho Nacional do Combate ao
HIV/SIDA. É apenas o que para já suscita a movimentação em curso para acabar
com a publicidade enganosa.
“Estamos a trabalhar com as instituições que
trabalham com a imprensa no sentido desta parte que não passa de engano não
conste”, disse Diogo Milagre adiantando que “em matéria de sexualidade, alguns
têm enganado as pessoas dizendo que aumentam a potência sexual”.
Uso de estimulantes sexuais
As autoridades dizem que a subida de número de
infecções, sobretudo nos homens de idade avançada até 59 anos, pode estar
ligado ao consumo de medicamentos estimulantes para a prática de sexo,
alegadamente promovidos por médicos tradicionais. Para além disso, estimulantes
convencionais têm sido importados e vendidos nas farmácias do país fora do
controlo do Governo.
Não há mecanismo de controlo da medicina
tradicional
A directora da Saúde da Cidade de Maputo, que
reconheceu a existência de publicidade dando conta de terem medicamentos que
curam o HIV/SIDA e outras doenças, ou que anunciado que podem ajudar a aumentar
o tamanho do sexo, lamenta informando que “infelizmente o Governo não tem como
controlar esta situação”.
“Realmente existem essas publicidades e o Governo
não tem um mecanismo de controlo daquilo que é feito”, reconheceu a directora
de saúde da Cidade de Maputo.
“O país em si, como política do Serviço Nacional de
Saúde reconhece a medicina tradicional”, lamentou Páscoa Zualo Wate. (Bernardo
Álvaro)
Imagem: bbc.co.uk
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