Para começar: existe um conceito, chamado “cegueira de mudança”, que basicamente é o fenômeno onde aparentes ou evidentes mudanças em uma comparação de dois campos visuais não são notadas por quem observa. Para entender melhor, veja o vídeo: há duas imagens de uma estrada com carros passando, e uma sucede à outra no vídeo. Elas ficam aparecendo em revezamento como flashes; sua missão é descobrir a diferença entre as duas figuras.
Conseguiu? Bem, esse mesmo teste foi aplicado pela Universidade Queen Mary, em Londres, para fazer um estudo sobre a “cegueira de mudança”. No experimento, os voluntários tiveram que fazer exatamente o mesmo que você: observar a versão pré-mudança e a versão pós-mudança de cena, e simplesmente pressionar o botão e dizendo exatamente quando vislumbram a mudança.
Um dos pesquisadores se submeteu ao teste. Na primeira imagem, ele acertou facilmente: mostrava uma borboleta com duas faixas na asa e na outra com apenas uma. Identificando essa diferença rapidamente, ele passou para a próxima. Dessa vez, mostrava um iceberg com cinco pinguins em cima, e na outra, faltava um grande pedaço do iceberg. Ele tentou, tentou, e não achou a diferença sozinho! Só conseguiu quando recebeu a dica para onde olhar.
É claro que as mudanças na figura são feitas por humanos, que julgam o que é significativo de observação do ponto de vista deles, o que não quer dizer que todas as pessoas tenham a mesma percepção. E justamente isso torna mais interessante o estudo da Universidade Queen Mary: saber como funciona o cérebro de quem escolhe o que mudar na imagem e daquele que tenta identificar.
Por isso, eles desenvolveram um algoritmo, programado para computador, que dá à máquina o direito de escolher o que mudar na imagem. É o que se chama Inteligência Artificial. O algoritmo basicamente funciona para confundir que vê a imagem, ao explorar a falta de contraste; o ser humano enxerga mais facilmente a mudança do muito escuro para o muito claro. Apesar disso, temos mais facilidade para detectar quando um objeto é removido do que quando sua cor muda.
As imagens devem evitar oferecer algo que atraia o olhar humano logo no primeiro momento, mas que pareça óbvio quando o espectador desista de descobrir e veja a solução. E cada cérebro tem sua particularidade para descobrir algumas mudanças com facilidade e outras menos. Por isso, se você às vezes não nota um corte de cabelo ou uma roupa nova de um colega, não se desespere; seu cérebro não estava apto para perceber a mudança.
Por fim, vamos colocar em prática essas aptidões da nossa mente. Temos mais dois testes para você. Tente identificar o que muda nessas duas imagens das ruas de Londres, e nessas duas neste mercado,
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