Agora é real. Depois de mais de uma década de testes, experimentos e pesquisas com animais, pela primeira vez teve alta do hospital, no último dia 3, o portador de um coração totalmente artificial. O feliz proprietário é Charles Okeke, um americano de 43 anos que vive em Phoenix, no Arizona. Com esse aparelho, ele pode esperar sem riscos até que apareça um doador para transplante (sim, o objetivo continua sendo conseguir um coração de verdade), mas viverá noramlmente (ou quase) com uma máquina fazendo as vezes de coração.
Na verdade, este não foi o primeiro coração artificial desenvolvido, 850 pessoas pelo mundo já o usaram desde 2004 (20% das quais não sobreviveram), quando surgiu o primeiro. A diferença é que todos pacientes anteriores tiveram que permanecer no hospital enquanto estivessem usando o coração artificial e esperando por transplante. Charles Okeke pôde ir para casa. O motivo é a portabilidade.
Quando o coração artificial surgiu, há seis anos, era do tamanho de um fogão a gás. A máquina ficava postada ao lado da cama do paciente, que, apesar de ter as funções vitais normais, não tinha uma vida normal, pois estava preso ao aparelho. Agora, a máquina que controla o coração artificial é do tamanho de uma mochila, e é realmente usado como uma. Charles Okeke estava hospitalizado há dois anos, e é esse o tempo médio de espera para um transpalnte cardíaco.
Como todo procedimento recém-desenvolvido, o coração artificial ainda apresenta riscos. Um dos principais é o risco de infecção em algum momento da operação que coloca os batimentos cardíacos do paciente a cargo da máquina. Também pode haver coágulos em algum ponto do trajeto, mas os cientistas conseguiram minimizar esse risco a quase zero.
Quem “ganha” um coração artificial é porque realmente não pode viver sem: precisa de um substitudo para ambos os ventrículos ( direito e esquerdo) que não podem mais funcionar. Mas existem outras máquinas, menores, mais baratas (o custo de um coração artificial fica entre 100 mil e 300 mil dólares) e mais práticas para quem não está com o coração completamente inutilizado. Algumas auxiliam apenas uma parte do processo de bombear sangue. [New Scientist]
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