Pense na seguinte situação: você vai a uma churrascaria, se empanturra com três tipos de carne por minuto e sai completamente satisfeito. O problema é depois, na hora de prestar contas com a balança e com os médicos. Pois bem, a indústria alimentícia está lhe preparando uma surpresa: você pode ficar só com a satisfação de ter comido um boi inteiro, comendo muito pouco.
Essa é a nanofood. O conceito básico é diminuir o tamanho e a massa dos alimentos, sem alterar suas propriedades nutritivas básicas. A base dessas mirabolantes pesquisas está no Instituto de Pesquisas Alimentícias (IFR, na sigla em inglês), sediado na Grã-Bretanha.
Para “enganar” o sistema digestivo (fazer o corpo pensar que já comeu muito) os cientistas desenvolveram um sistema que trabalha nas proteínas da comida. É que o mecanismo que avisa ao cérebro algo como “ei, já tá bom, chega de comer”, fica localizado no íleo, a última porção do intestino delgado.
Normalmente, as proteínas já vão se quebrando nas duas primeiras porções do intestino, assim, os aminoácidos (as partes da proteína) já digeridos não ativam rapidamente o mecanismo de satisfação alimentar quando passam pelo íleo, é preciso muitos aminoácidos. Os cientistas conseguiram prorrogar a quebra das proteínas até a chegada ao íleo. Lá, elas explodem de repente, ativando o mecanismo imediatamente, ou seja, a pessoa comeu bem menos até o momento da “explosão”. Com isso, a pessoa ingere menos gorduras nocivas e mais proteínas, ou seja, ponto para a saúde.
Os alimentos estão sendo desenvolvidos para serem “diets”, mas conservarem o sabor original. Há um outro truque para isso: é encontrado, por exemplo, nas maioneses. A maionese diet tradicional substitui grande parte da gordura por água, e por essa razão o gosto fica insosso, longe da maionese normal, e poucas pessoas consomem. A “nano-maionese”, para disfarçar a quantidade extra de água, coloca uma nano-gota de óleo em cada gota de água. Por essa razão, o gosto se mantém, mas o colesterol cai.
Ainda há um ramo da indústria que estimula a inclusão de nano-partículas de prata nos alimentos, com indícios de que ajuda o sistema imunológico, mas a pesquisa ainda está
Empecilhos: ainda é um produto caro, poucas empresas da indústria alimentícia se aventuram na fabricação. Aqui no Brasil, a extensão da nanofood é quase nula. As grandes empresas estão apenas começando a pensar em estratégias para massificar a produção, as poucas empresas de nanofood vendem apenas pela internet.
Fala-se também em produzir alimentos sintéticos, totalmente a partir do zero. Uma equipe de biotecnologia conseguiu produzir uma espécie de carne apenas com proteínas tiradas do leite. Estaríamos entrando numa nova era, em que uma refeição completa, com todos os nutrientes necessários, pode ser ingerida em um cubinho de 1cm³. [New Scientist]
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