Maputo (Canalmoz) – O Brasil vai desembolsar cerca de um milhão de dólares norte-americanos para financiar a formação de médicos na área de rastreio, diagnóstico e tratamento de cancro em Moçambique.
Para o efeito, o Ministério da Saúde moçambicano e o governo do Brasileiro, este representado pelo embaixador do Brasil no país, António de Sousa e Silva, rubricaram, na última sexta-feira, em Maputo, dois acordos de cooperação.
O primeiro acordo pretende fortalecer a prevenção e controlo do cancro, sobretudo a capacidade de rastreio do cancro de mama e do colo útero. O segundo tem por objectivo criar um projecto de terapia comunitária.
A formação do pessoal médico para o tratamento e prevenção do cancro vai durar cinco (5) anos. Para o desenvolvimento da terapia comunitária 14 meses. A formação poderá ter início, ainda este ano, nas províncias de Maputo, Zambézia, Nampula.
Na ocasião, o titular da pasta da Saúde no país, Paulo Ivo Garrido, disse que o pacto assinado com o Brasil, para além de munir os profissionais moçambicanos de conhecimentos científicos, irá dar um contributo significativo na melhoria da capacidade de prevenção e tratamento do cancro.
O governante lembrou que ultimamente, entre várias doenças como a Malária e o HIV/Sida, o cancro mata muita gente no mundo. Apelou para a busca de uma réplica cada vez mais eficaz aos problemas de cancro porque o país está na rota de ter dos maiores índices do mundo, tal como ocorre com a província de Inhambane onde o cancro do fígado atinge aos maiores índices de incidência no mundo.
Relativamente à terapia comunitária, Ivo Garrido disse que se trata de um projecto de saúde mental que vai permitir às comunidades resolverem no seu meio problemas relacionados com algumas crises sanitárias, sem, no entanto, precisarem de recorrer aos hospitais. Ele referiu que nos dias que correm as pessoas que padecem de problemas de saúde mental não precisam necessariamente de ir ao hospital para serem tratadas porque a própria comunidade se estrutura e dá apoio social. “As pessoas vêm seus problemas resolvidos na comunidade”.
Ademais, o ministro Ivo Garrido disse que os problemas de tensão que apoquentam muitos cidadãos, resultam de várias situações como: a tóxico-dependência e o desemprego. As pessoas quando sofrem de crises tendem a recorrer aos hospitais, mas tratando-se de problemas com soluções na comunidade.
Refira-se que em Moçambique o cancro tem afectado homens e mulheres de todas as idades. Nas mulheres aponta-se que os cancros mais frequentes são os do colo do útero e o da mama. Os homens têm sido mais afectados pelos cancros da próstata e de fígado. Já nas crianças os diagnósticos têm sido leucemias agudas. Tudo isso devido a algumas dificuldades de prevenção, detecção precoce e tratamento que o país enfrenta.
(Emildo Sambo) 2010-07-19 07:10:00
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