domingo, 11 de julho de 2010

Transplantes para tratar do Parkinson causam graves efeitos colaterais


Desde os anos 90, um procedimento tem sido usado largamente pela medicina para se tratar do mal de Parkinson: o transplante de tecido de fetos abortados. Esse método cirúrgico foi desenvolvido para ajudar os portadores da doença, mas desde o começo se mostrou imprevisível, porque os pacientes referiam ter movimentos bruscos involuntários depois da operação. Cientistas da Suécia e da Grã-Bretanha descobriram o motivo.

O mal de Parkinson acontece quando há disfunção nos neurônios que produzem dopamina, o hormônio que transmite os comandos de movimentos corporais. Esses neurônios liberam uma quantidade variável de dopamina, que depende de quanto o corpo produz de outro hormônio, a serotonina, que é o mensageiro do sentido contrário: leva impulsos e estímulos externos para o cérebro. O mal desse transplante, portanto, é o seguinte: faz o corpo produzir serotonina desordenadamente e em excesso; com isso, “engana” os neurônios, que produzem dopamina em quantidades erradas.

Assim, essa dopamina excessiva causa no corpo movimentos involuntários, o que pode ser muito, muito incômodo. Imagine você em um jantar fino, prestes a saborear uma taça de vinho, e de repente seu braço age sozinho e derrama tudo na sua roupa.

Os cientistas apontam duas possíveis soluções para esse problema. Uma delas é procurar uma alternativa ao transplante nervoso. Estão em desenvolvimento, pela bioengenharia, neurônios “artificiais”. Outra opção seriam as células-tronco, que podem converter-se em neurônios, mas esse procedimento também ainda está em testes. Mais acessível seria recorrer a outros transplantes que não o de neurônios vindos de tecidos de fetos: já existem os de tecidos da carótida (artéria do coração), da retina, e até de órgãos do porco. Esses meios também apresentam riscos, mas não tão elevados quanto o fetal.

Outra maneira, segundo os médicos, é ministrar a doença apenas através de remédios. É especialmente útil para os pacientes que já fizeram o transplante, porque alguns medicamentos – tais como a buspirona – conseguem minimizar quase totalmente o excesso de serotonina. Esse remédio, que já existe na versão genérica sob o nome de Buspar, é uma alternativa mais barata para quem padece com o mal de Parkinson. [Reuters]

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