A depressão é a principal doença mental da terceira idade.Este seja um dos mais importantes sintomas psicológicos que atinge as pessoas na idade adulta, não só por sua grande freqüência, mas também por suas importantes conseqüências sobre todo o organismo. É uma situação que pode se confundir com uma série de doenças, sendo em geral muito mal orientada em nosso meio.
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Caracteriza-se principalmente por um estado de humor deprimido, melancólico. Na idade adulta o estresse é uma das principais causas da depressão. A solidão, a inatividade, as perdas de entes queridos estão entre as principais causas de depressão na Terceira Idade.
Mas a depressão pode também se manifestar através de agitação ou agressividade. A insônia é um importante sintoma de depressão. O estado depressivo freqüentemente é acompanhado de ansiedade e de tensão muscular, podendo ocorrer dores musculares que se situam em geral nas costas ou na nuca. Freqüentemente ocorrem dores de cabeça. O deprimido pode ter tremores nas mãos, palpitações e sudorese, o que pode confundir-se com outras situações médicas.
Freqüentemente, o quadro depressivo é devido à utilização de remédios, principalmente o uso prolongado de tranqüilizantes. Não é raro encontrarmos pessoas medicadas há vários anos com substância psicotrópica ou tranqüilizante, e que passam a sentir sintomas depressivos, perda de memória, desânimo, etc. Nestes casos a suspensão da medicação provoca o desaparecimento da depressão. A retirada da medicação deve ser feita com cuidado, pois pode ocorrer o fenômeno da dependência. Além dos tranqüilizantes, vários remédios cardiológicos, anti-reumáticos, antialérgicos, e antiinflamatórios também podem provocar depressão. Dentre estas medicações destacam-se corticóides, beta-bloqueadores e vasodilatadores cerebrais.
Algumas doenças são acompanhadas de depressão, destacando-se o hipotireoidismo, o que mostra a importância de sempre ser feita uma minuciosa avaliação clínica em toda pessoa com sintomas depressivos.
A depressão produz com freqüência uma queda em nossa imunidade, diminuindo nossa resistência física às doenças, com destaque para as infecciosas e o câncer. A depressão severa na pessoa idosa pode apresentar um estado confusional semelhante a que ocorre com a demência.
Em toda situação de depressão a abordagem médica deve ser muito cuidadosa sendo fundamental um detalhado levantamento de dados pessoais, tipo de medicamentos utilizados e antecedentes de problemas psicológicos.
Um exame clínico completo associado à avaliação psiquiátrica e neurológica são indispensáveis.
A utilização de medicação antidepressiva em muitas situações é útil, mas sempre sob rigoroso critério médico. Algumas substâncias antidepressivas (tricíclicos, tetracíclicos e inibidores da MAO - monoaminooxidase) podem provocar efeitos secundários como alterações da pressão arterial e problemas cardíacos. Recentemente foram desenvolvidas substâncias que atuam no metabolismo da serotonina (fluxetina, paroxetina, sertralina, nezazodona, etc.), que é um hormônio que existe dentro das células nervosas. Estas substâncias formam os antidepressivos de última geração, que produzem poucos efeitos colaterais e podem ser administrados em dose única diária.
A medicação antidepressiva é importante, mas a abordagem psicológica é fundamental. A terapia ocupacional produz bons resultados em grande número de situações. A realização de atividade física regular é muito eficiente no tratamento da depressão.
Há sempre que se avaliar a pessoa no tempo e de uma maneira mais abrangente possível. Não é raro que a depressão faça parte de uma situação antiga, estrutural, que apresenta eventuais episódios de piora. Nestas situações é fundamental a avaliação psiquiátrica. A neurose é uma designação ampla para diversas situações psicológicas que não apresentam características psicóticas. Entre as principais manifestações neuróticas da terceira idade estão a ansiedade, o nervosismo e fobias. São em geral transtornos mentais transitórios. É uma das principais causas que levam à aposentadoria por invalidez. A manifestação neurótica pode se confundir algumas vezes com uma doença mental psicótica, como a esquizofrenia, e mesmo com a demência. Outras vezes encontra-se uma neurose , como a ansiedade, associada a uma demência, atuando com um fator agravante. Com muita freqüência as psicoses são também associadas à ansiedade.
Na realidade qualquer doença pode se acompanhar de um componente emocional e eventualmente pode estar alterada pelo mesmo.
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