domingo, 11 de julho de 2010

Neurônios podem ter um enorme efeito em cadeia


Você já deve ter ouvido falar naquela teoria sobre efeitos em cadeia, que diz o seguinte: quando uma borboleta bate as asas no Brasil, provoca um furacão nos Estados Unidos, ou algo parecido. Para cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) essa teoria pareceu fazer sentido, mas não em seu significado literal. Eles estão se dedicando a testes baseados nessa ideia para esclarecer aspectos ainda obscuros sobre o funcionamento do cérebro humano.

Os neurônios são a chave do estudo. A ideia do cientista que coordena o projeto foi a seguinte: provocar uma pequena perturbação em um neurônio e observar se ela poderia dar origem a um efeito em cadeia e resultar em consequências observáveis no corpo. Para isso, eles controlaram a transmissão de impulsos de um neurônio de um rato.

Para determinada tarefa, eles provocavam um impulso extra nos dendritos (porção final de cada neurônio), para observar a continuidade. Esse único impulso a mais causou trinta novos impulsos na transmissão para o neurônio seguinte, esses trinta causaram, cada um, novos trinta impulsos no seguinte, e assim por diante. Pode parecer insignificante sabendo que os dendritos produzem milhões de impulsos, mas a interferência se propaga, por sua vez, por milhões de neurônios.

Isso pode ajudar a explicar porque às vezes nós confundimos coisas, nos esquecemos de umas e lembramos outras. Nosso cérebro absorve muitas informações a cada momento, o que torna comuns essas “interferências” (impulsos nervosos fora do que seria normal, se você passasse o dia todo sem pensar em nada), a cada instante. Por isso, embaralhamos informações.

Mais uma vez, nasce a comparação com computadores. Se pudéssemos ouvir o ruído no interior de nossos cérebros (ainda bem que não podemos) veríamos que é muito mais barulhento do que qualquer computador, já que são muito mais impulsos se cruzando a cada instante. Os neurônios estão ligados uns aos outros como em uma gigantesca fiação (tal como os computadores) então, uma pequena alteração parece ser mesmo capaz de fazer uma grande diferença no conjunto. Cada neurônio conecta-se a outros dez mil, em média. Se pudéssemos colocar todos eles lado a lado, em uma única linha, seriam 8.000 km de neurônios. Mais do que você vai caminhar em uns dez anos, no mínimo. [Science Daily]

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