quinta-feira, 8 de julho de 2010

Geriatria. A Alimentação


Nosso organismo pode ser comparado a uma máquina que utiliza energia do alimento para o seu funcionamento. Neste processo libera calor que é controlado para a manutenção da temperatura do corpo sempre em níveis regulares.

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Ao contrário de outras máquinas, nosso organismo está continuamente destruindo (catabolismo) e construindo (anabolismo) os seus elementos. Alguns alimentos são vitais, pois participam da composição de nutrientes fundamentais para o funcionamento da máquina.

Muitos trabalhos científicos relacionam diretamente o aporte calórico com o processo de envelhecimento. Experimentos com animais de laboratório mostram que a restrição alimentar favorece a longevidade. Isto significa que devemos nos preocupar com a qualidade e a quantidade de alimentos que ingerimos.

O alimento é fundamental para a manutenção de todos os nossos processos vitais. É através dele que obtemos a energia necessária para a manutenção destes processos. Uma dieta adequada é aquela que assegura a ingestão equilibrada de açúcares, gorduras, proteínas, vitaminas e sais minerais, além de água.

Uma dieta inadequada está relacionada a inúmeras doenças, destacando-se a arteriosclerose, a hipertensão arterial, o câncer e a calculose renal. A dieta adequada é aquela que contém leite ou seus derivados, carnes (vaca, porco, carneiro, coelho, aves ou peixes), frutas, vegetais, cereais e pães.

A absorção dos alimentos pelo trato digestivo recebe a influência de diversos fatores como, por exemplo, a utilização de determinados medicamentos, ingestão regular de bebida alcoólica e estado depressivo.

A utilização prolongada de antibióticos produz alterações em nossa flora intestinal, o que pode alterar a absorção de determinadas vitaminas. No alcoolismo freqüentemente ocorrem avitaminoses e o estado psíquico pode produzir importantes alterações na absorção dos alimentos.

A quantidade de alimento necessária depende de fatores como o sexo, peso, atividade física e evidentemente a idade. Uma pessoa de 70Kg, com mais de 50 anos, deve receber ao dia um mínimo de 1200 quilocalorias por dia, menos do que um adulto jovem de mesmo peso que gasta em média de 2500-3000 quilocalorias por dia. Evidentemente estes valores variam com o tipo de atividade física de cada um, mas na terceira idade o gasto calórico tende a diminuir.

A avaliação calórica torna-se muito importante durante uma doença, quando devem ser redobrados os cuidados com a quantidade e a qualidade de alimentos ingeridos.

Na terceira idade há uma diminuição global da atividade das células, o que leva a modificações das necessidades nutricionais. Uma dieta incorreta pode ocasionar riscos à saúde. A composição adequada da dieta de um idoso sadio deve seguir o seguinte padrão: 30% de gorduras (evitando gordura de origem animal), 10-20% de proteínas (carnes), e 50-60% de carboidratos (açúcares, massas, fibras). Diante de algum tipo de doença este padrão poderá ser alterado, mas sempre sob controle médico.

Após os 50 anos é aconselhada a utilização rotineira de alimentos ricos em vitaminas, principalmente A e C. A mulher na menopausa deve ingerir alimentos ricos em cálcio com regularidade, na profilaxia da osteoporose que a atinge com maior freqüência.

Vários estudos científicos mostram que determinados legumes e frutas atenuam o processo de multiplicação de células que ocorrem nos tumores, destacando-se o brócolis, tomates, soja, alho, cebola, pimenta e frutas cítricas.

O idoso sadio que está se alimentando corretamente, não tem necessidade de suplementação alimentar com medicamentos a base de vitaminas. Por outro lado uma dieta incorreta pode ocasionar riscos à saúde.

Diante de determinadas doenças os cuidados alimentares devem ser redobrados, havendo então a necessidade de uso de vitaminas. O estado emocional alterado como a depressão e o estresse, por exemplo, podem interferir diretamente na absorção de alimentos, podendo inclusive ocorrer queda na resistência física.

O idoso bebe menos água o que pode facilitar uma série de situações patológicas, como a desidratação e o aumento da concentração de medicamentos no sangue.

Deve ser sempre observada uma ingestão razoável de líquidos, em torno de 2 litros por dia numa pessoa com 70 kg. É claro que em determinadas situações patológicas deve haver restrição hídrica, como na insuficiência cardíaca, doenças renais ou hepáticas, etc.

Na avaliação alimentar do idoso é importante saber-se ou através do mesmo ou de seu acompanhante, dados sobre a sua alimentação diária, doenças crônicas e tratamentos realizados, sobre eventual cirurgia, uso de dentaduras, de laxantes, de medicamentos de uso crônico, fumo, álcool e sobre a exposição ao sol.

A utilização crônica de diurético, por exemplo, pode levar a diminuição do potássio com sérias repercussões sobre a saúde, inclusive podendo levar à depressão.

Na terceira idade há situações em que pode ocorrer diminuição da ingestão de alimentos, como nas doenças que levam a perda do apetite, destacando-se aqui o estado depressivo.

Nestas situações há necessidade de suplementação da dieta, havendo produtos com esta finalidade no comércio. Há situações crônicas, como o alcoolismo, que é acompanhado de falta de apetite e lesões do estômago gerando com muita freqüência deficiências nutritivas.

Outras situações podem levar a déficit nutritivo por deficiência de absorção e/ou de metabolismo devido principalmente a distúrbios do sistema digestivo.

A alimentação por sonda (naso-gástrica e naso-enteral) deve ser utilizada para suplementação da dieta ou mesmo para sua completa substituição em determinadas doenças neurológicas graves, ou em situações em que não há condições para se engolir.

A alimentação por via endovenosa (parenteral) pode também suplementar a dieta por via oral e mesmo a dieta enteral. É um procedimento limitado pelo tempo, pois a veia não suporta muitos dias de utilização. Em algumas situações especiais há necessidade de se utilizar veia de grande porte, que permite tempo prolongado de utilização, mas sempre com cuidados especiais.

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