Na espessa e intrincada teia de neurônios, tudo está perfeitamente organizado, dividido, catalogado e indexado. Complicadas conexões nos permitem ver, ouvir, memorizar, vibrar e, ao contrário dos outros animais, planejar o futuro.
Fonte: http://www.estado.estadao.com.br/
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O mais espantoso é que tudo se faz mediante um projeto meticuloso da natureza, nada se desenvolve ao acaso. As malhas de neurônios são geradas no lugar certo e na proporção exata. Todas as informações necessárias à estruturação dos mecanismos cerebrais já estão demarcadas no "guia de montagem e instalação" oferecido pelo DNA.
Logo depois do nascimento da criança, no entanto, vários processos são desencadeados no desenvolvimento das funções cerebrais. Um recém-nascido apresenta cerca de um quarto da massa cerebral de um indivíduo adulto, mas já tem quase todos os neurônios dos quais se valerá pelo resto de seus dias. Isso porque os neurônios e suas conexões crescem em tamanho, expandem-se, organizam-se em grandes linhas de processamento.
Para que o cérebro desenvolva todo seu potencial, é preciso que seja estimulado, provocado, trabalhado em suas centrais de comunicação. Nos primeiros anos de vida, o exercício de "musculação" mental garante o desenvolvimento das fibras nervosas capazes de ativar o cérebro e dotá-lo de habilidades.
Os primeiros quatro anos da criança são particularmente fundamentais para a estruturação das funções cerebrais. Um bebê que passe deitado, sem estimulação física, a maior parte do primeiro ano de vida certamente apresentará sérias anomalias em sua evolução. Muitos não conseguem se sentar antes de 21 meses e 85% deles não conseguem andar antes de três anos de idade. O mesmo ocorre com a visão. É fundamental o estímulo e peso da experiência no processo de aprender a ver.
No início da vida, as células nervosas são pequenas e esparsas. Não há uma malha fechada de conexões. Os neurônios processam sensações e informações somente quando estão agrupados em redes de especialização. A ginástica cerebral ajuda a estabelecer essas refinadas conexões e a sofisticá-las. A falta de uso condena os neurônios à morte.
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