segunda-feira, 10 de maio de 2010

E se o canibalismo chega ao país?


O boato instalou-se em Luanda mas, como diz o velho adágio popular “não há fumo sem fogo”.

semanário AGORA

Depois da denúncia de um caso que terá ocorrido no Huambo, no ano passado, em que a vítima, um presumível feiticeiro foi espancado e depois de morto lhe foram extraídos os órgãos internos pelos seus algozes que os terão consumido, na capital do país também já se comenta sobre a prática de canibalismo, um fenómeno até então considerado à margem da sociedade angolana.

Todavia, a TPA, (Televisão Pública de Angola) bem como a TV Zimbo que, supostamente terão veiculado a notícia, desmentiram categoricamente o facto. Um responsável da área de produção da Tv Zimbo disse que “também ouviu por alto”. Na televisão pública um jornalista do departamento de informação manifestou-se nestes termos: “Acompanho o programa Ecos & Factos e asseguro que não emitimos nenhuma notícia desta natureza, exceptuando a que divulgámos no ano passado em que alguns indivíduos do Londuimbali (Huambo) terão confirmado o consumo das vísceras do defunto.

Este, porém, é um caso que está a correr os seus trâmites nos órgãos de Justiça no Planalto Central, segundo a mesma fonte. Entretanto, paira o boato de que uma senhora terá dado conta do desaparecimento do marido no km 30, em Viana, que viria a encontrar depois já esfolado numa espécie de talho sem os seus órgãos internos. A esposa viria a reconhecer o esposo apenas pelas roupas espalhadas nas imediações.

As suspeitas do desaparecimento de corpos acidentados nas morgues das unidades hospitalares adensam ainda mais a curiosidade sobre a suposta prática de canibalismo em Luanda. «Tem havido casos de corpos que são reclamados nas morgues que depois acabam por ser levados por desconhecidos. Penso que esta é uma situação que tem de ser investigada pela polícia”, denunciou uma funcionária do hospital Josina Machel, enquanto, o secretário-geral das Federações dos Consumidores, Domingos da Conceição disse desconhecer este assunto, prometendo investigar o caso que considerou “extremamente grave”.

A direcção do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Inadec) também desconhece o fenómeno, mas uma funcionária prometeu ao AGORA, que a directora do Inadec, Elsa Bárber poderá pronunciar-se apenas na próxima segunda-feira. “Não temos ocorrências desta natureza. No entanto, para mais detalhes será melhor ouvir a directora que poderá pronunciar-se sobre produtos deteriorados encontrados em diversos armazéns e não só”, aconselhou a trabalhadora da instituição, sustentando que os únicos casos conhecidos são da venda de carne de gato e de cão descobertos nos mercados.

De acordo com as fontes, a comercialização e o consumo destes animais domésticos estarão a ser encorajados por estrangeiros, principalmente chineses para os quais esta será uma das suas ementas preferidas. Por esta razão aconselha a população a adquirir perecíveis directamente nos talhos e em estabelecimentos comerciais devidamente autorizados. A Direcção Nacional de Investigação Criminal, sustenta por seu turno que, havendo evidências, este órgão deverá entrar em cena para o devido esclarecimento à população.

“Havendo indivíduos a consumir carne humana com certeza a Dnic (Direcção Nacional de Investigação Criminal), não vai adormecer perante tamanha atrocidade”, concluiu um oficial deste órgão do Ministério do Interior. Segundo rumores chegados a este semanário, vendedoras de carne terão aconselhado a compradores de rua passarem a ter maior cuidado com o tipo de carnes que adquirem.


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