Há tempos imemoráveis que o alho integra os usos culinários, medicinais e místicos dos seres humanos. As suas características foram, desde sempre, reconhecidas e até consideradas milagrosas.
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Ao que parece, a primeira greve da História aconteceu quando os escravos recrutados para construir as pirâmides do Egipto se viram privados da respectiva porção diária de alho, devido à escassez verificada no mercado. Sentindo faltarem-lhes as forças e a disposição, recusaram-se a trabalhar. De facto, eram as doses massivas de alho que comiam que lhes conservavam a energia.
Na Odisseia, de Homero, consta que Ulisses se socorreu do alho como expediente mágico para se livrar da feiticeira Circe, que o iria liquidar, não fosse ter-se apaixonado por ele à conta do alho.
Fantasias à parte, existem relatórios médicos datados do ano 1600 que mencionam o alho como cura para todos os males. Entre os camponeses, vigorava a tradição de o aplicar para estancar hemorragias e tratar doenças de pele.
Durante a I Guerra Mundial, o alho era utilizado como desinfectante externo, quando havia carência de anti-sépticos convencionais.
Actualmente, os benefícios atribuídos ao alho continuam a ser inúmeros. Para além de infinitas forma de emprego na culinária, o alho é digestivo (debelando, inclusive, parasitas intestinais), diurético, tonificante, expectorante, neutralizador de gases, estimulador da secreção de bílis, anti-espasmódico. Adicionalmente, baixa a febre, e, usado continuamente na comida, equilibra as taxas de colesterol e triglicéridos, reduz a hipertensão, regula a glicose no sangue, distende os vasos sanguíneos (evitando a arteriosclerose) e previne a agregação das plaquetas (útil em tromboses, por exemplo) e determinados cancros. Ajuda ainda a eliminar toxinas (devido à elevada concentração de enxofre), a descongestionar as vias respiratórias e a tratar a bronquite.
O germânio presente no alho facilita a absorção de oxigénio pelas células. O alho contém diversas vitaminas e minerais, desintoxica, acalma e incrementa a capacidade do organismo para resistir ao frio e ao calor. É um bactericida e fungicida poderoso (este poder é imputado à alicina, componente-chave da actividade antimicrobiana.
Contudo, a fervura reduz esta actividade, pois com o processo térmico a alicina é desnaturada). Também se emprega para mitigar problemas de artrite (na forma de tintura, ou noutras), frieiras e verrugas. Até já há quem refira a utilidade do alho no combate à poluição industrial! É a composição completíssima do alho que faz com que ele tenha uma acção tão diversificada no organismo (e, pelos vistos, não só…).
O alho é recomendado em pacientes portadores de patologias, como a sida, em que o sistema imunitário se apresenta bastante debilitado. Há estudos que reportam uma acção antiviral do alho, pelo que o seu consumo é igualmente indicado em casos de constipações, gripes e viroses em geral.
Já Pasteur relatava, em 1858, os benefícios anti-bacterianos do alho. As confirmações em, laboratório têm-se sucedido, tendo o extracto fresco de alho mostrado eficácia na inibição do crescimento de 14 estirpes de bactérias, mesmo depois de 128 diluições! Em acréscimo, é um potente antioxidante.
A bem da verdade, o alho só tem aquele senão do cheiro. De resto, é dotado de virtudes verdadeiramente insuperáveis. E o hálito pode ser atenuado se o alho for ingerido com alimentos proteicos (carne, ovos, feijão, …), se se mastigar um pouco de salsa após tê-lo consumido, ou bebendo um extracto de clorofila. Afinal, sempre se pode ter tudo!
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